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[Barco] Treino de Força de Vontade

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Mensagem por Askins Ter Jan 07, 2014 10:45 am

A baía da Ilha de Syrup começava a diminuir a distância lentamente. Sim, lentamente. Velocidade não era o forte daquele gigantesco monstro de madeira. Muitos canhões, muita carga. Mas ainda assim, o jovem não tinha grandes dificuldades de pilotá-lo.

Perto de si, na popa do navio, estava também aquele estranho gato. Não dirigiria a ele mais atenção do que dirigiria a um dos rolos de cabos de amura extra que também se amontoavam por ali. Sua única concentração era por o navio adequadamente em curso para que pudesse abandonar a roda do leme e o manuseio com algumas velas.

O dia avançava. Manobrar uma coisa daquele tamanho para uma direção exata e mantê-la no curso, não era algo tão fácil quanto possa parecer. Aquilo tomou-lhe toda a manhã e boa parte do começo da tarde. Entretanto, por fim, as cosias pareciam estar em ordem. Segundo algumas bússolas, mapas e a posição do sol, eles deveriam sim estar navegando na direção pretendida.

Ele então abandonou a roda do leme para ir treinar. Sua viagem seria longa, e num lugar tão grande quanto o navio de seu capitão era, poderia aproveitar-se para aprimorar suas habilidades. Desceu para o interior da nau, indo a um local que imaginou que ficaria isolado dos demais companheiros - o deck dos canhões. Um andar no interior do casco do navio, fora do convés principal, longe dos quartos e da cozinha.

O navio balançava ao sabor das ondas. A madeira rangia e o cheiro de maresia e piche infestava as narinas de Askins. Ele andou até um dos depósitos de munição, retirando uma das balas de alto calibre dos canhões daquele ainda não nomeado navio.

Era ela uma escura bola de chumbo, mais ou menos de trinta centímetros de diâmetro - algo bastante impressionante para uma bala de canhão. Poderia certamente abrir um rombo assustador em outros navios. Colocou-a sobre o chão. Evidentemente, ela começou a rolar ao sabor das ondas, com o sobe e desce que o chão dos barcos faz enquanto ele galopa junto à pulsação do oceano. Mesmo os grandes navios o fazem.

Seria com aquilo que ele iria treinar. Parando a bola de canhão com o pé, o garoto sobre em cima dela. Mantendo os dois pés extremamente próximos, de modo a ficar equilibrado em cima da pequena superfície - que, mesmo que grande para um projétil, é minúscula para uma plataforma.

Seu treino consistiria em tentar meditar naquela posição. Assim como outra vez tentara fazer algo semelhante, só que amarrado à âncora do navio, quinze metros à baixo da superfície do mar; agora tentaria estando sobre uma bola que rolava sobre o convés ao sabor das ondas, tendo que manter o equilíbrio sobre ela. Ao mesmo tempo que tentava manter o equilíbrio da mente.

Era um exercício de força de vontade tremendo. Por três vezes, o garoto caiu com os glúteos chapados no chão. Mas não se deixou abalar. Precisava ser capaz de fazer aquilo. Subia novamente na munição de seus canhões, fechava os olhos e buscava a paz na mente.

Horas se passariam no convés de artilharia. Por muitas quedas o garoto ainda passaria. Bem como por longos minutos em que foi capaz de manter o equilíbrio quase perfeito, no entanto, tendo toda sua concentração volta para isto. Não era este seu objetivo, sua meta. Ele precisava, nem que por breves momentos, desligar-se do mundo. Viajar para um recolhimento de paz e harmonia dentro de si próprio sem, no entanto, perder a coordenação que o mantinha em pé.

A tarde transformou-se em crepúsculo no exterior da embarcação. Possivelmente alguns dos tripulantes se perguntava onde o navegador teria ido parar. O garoto ainda se mantinha, tal qual um palhaço de circo, equilibrando-se sobre a bala de canhão.

Depois de tanto tempo naquilo, Askins havia finalmente internalizado a forma de coordenar seu corpo. De certa forma, o mar seguia um certo ritmo, que o garoto aprendeu a acompanhar com o corpo. Lentamente, precisava pensar cada vez menos no que fazia, e sua mente cada vez mais se tornava livre. Ele podia sentir seu ser se afastando daquela existência mundana, pouco a pouco. Ainda tinha presente a vaga sensação de as pernas se movendo no eixo dos joelhos e a cintura acompanhando o eixo de gravidade; os braços abertos e fazendo as devidas compensações.

Mas era apenas uma vaga impressão. Distante e quase intangível. Tudo que ele de fato via no momento era o suave cheiro de orvalho do amanhecer, a fresca brisa das montanhas e o inaudível som do próprio pensamento em eco. A paz. Após o que foram quase quatro horas de treino, finalmente o jovem navegador conseguia atingir a abstração confortável de uma meditação.

Aquilo duraria por alguns minutos, até que seu distanciamento de seu corpo fosse tamanho, que mesmo com os reflexos bem aprimorados, o levaria a cair uma vez mais chapado contra o chão. Mas não mais se importaria. Sabia que depois de tudo aquilo, sua mente estava mais forte. Sua determinação não iria fraquejar.


====


Off.: Sei que viajei um pouco na maionese, mas foi como eu consegui pensar em um treino disso, à bordo.

Legendas:
-Falas.
"Pensamentos"


Status
HP: 500
DE: 1600
ST: 500
Velocidade: 37m/s


Itens:
Objetivos:
Askins
Askins
Pirata novato
Pirata novato


Ficha do personagem
Haki:

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[Barco] Treino de Força de Vontade  Empty Re: [Barco] Treino de Força de Vontade

Mensagem por Henry W. Hawk Ter Jan 07, 2014 11:23 am

Rapaz, você teve uma incrível criatividade para fazer este treino, e junto á sua incrível narração, ficou muito fera. Você merece não apenas a pontuação máxima, como uma nota extra por ter se sobressaído neste seu treino.

Nota: 200/200; +100 pontos de DT extras;
Henry W. Hawk
Henry W. Hawk
Pirata novato
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Ficha do personagem
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