O nascer da lenda

O nascer da lenda

Toda jornada começa com o brotar de um sonho dentro do mais profundo recanto da mente. Sonhos, diferentes de objetivos, não buscam lógica, e são tão fortes quanto o aço. São sonhos que dão inicio a lendas que quebram todos os patamares e regras pré-estabelecidas, exatamente porque não sabem que existe o impossível, já que sonhos não buscam lógica.
Lendas nascem do impossível, e o cenário para o nascimento de uma lenda já estava montado, o caos que o mundo presenciava diferia de todos os outros: violência gratuita, guerra, e uma busca desenfreada por um tesouro de que a existência nem sequer era certa lançavam o mundo na maior guerra que já houvera, a era dos piratas estava no seu auge, e mais um pirata se lançava a busca do One Piece.
Marco, o jovem nativo do Eastblue, desprovido de qualquer poder extraordinário, agora marchava pelas ruas de Shimotsuki, determinado a dar inicio a uma aventura que o levaria até os confins da Grandline, aonde o poder e a riqueza residiam. Visualmente ele não tinha nada de especial, não aparentava ter mais de trinta anos, em boa forma e com um aspecto brincalhão, parecia um civil qualquer.
Ele andava em direção ao norte, em busca de qualquer situação atípica que pudesse inverter totalmente o rumo de sua vida e do mundo.

Status

HP: 50/50
Determinação: 10/10
Stamina: 40/40

O nosso lado desprezível

O gênio, o criminoso e o louco, provêm, por igual, de uma anormalidade; representam, de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio em que se vive, é fácil ser genial no meio de ignorantes, assim como é fácil ser santo em meio ao inferno.
Misturado a tantos piratas, Marco parecia só um gatinho amedrontado, todavia, ele era provavelmente o homem mais perigoso naquela cidade. Ele era uma clara anormalidade, um gênio, em que residia um poder latente monstruoso, que infelizmente ainda não havia se manifestado, até o momento...; há certas coisas quando se é exposto a cobiça e ao desejo que força-nos a mostrar nosso lado mais desprezível, e é nesses momentos em que se conhece a verdadeira extensão de nossas capacidades.

O sorriso que não saia do rosto de Marco o dava um ar de tranquilidades, algo inadequado ao que estava por vir. O homem ia em direção a uma das muitas lojas de que se estendiam pelo centro da vila. O seu objetivo era unicamente furta-la, e eliminar todos as testemunhas necessárias.

Plano simples

Do outro lado da esquina já era possível ver um alvo em potencial. Mesmo que bem guarnida, a loja, que Marco havia julgada como um espólio a altura, parecia estar muito bem suprida de recursos a serem usurpados.
O plano que Marco havia formulado em sua mente para assaltar tal loja era simples, mas que necessitaria ser seguido milimetricamente pra dar certo. A principio era importante se livrar do homem grande na porta, sua força certamente superava em muito da de Marco, entretanto, surpreendido por um ataque repentino, representaria tanto perigo quanto uma criança. Em seguida era importante se preocupar em como ele iria empregar a fuga, certamente haveria algum marinheiro por perto, e nesse caso ia ser necessário entrar em um combate aberto, que atrasaria bastante Marco.
Todavia, o segundo ponto só demandava atenção assim que o primeiro fosse concluído, o que permitia que Marco desse inicio ao seu movimento: Sem exitar, o jovem que estava prestes a converter-se em um pirata corria em direção ao guarda da loja, na velocidade máxima que sua constituição física permitia, mesmo tendo a força muito inferior a do guarda, Marco era versado nas artes marciais, o que lhe permitia golpear pontos vitais, com uma eficiência muito maior. Quando Marco se aproximasse o suficiente tentaria dar  um golpe com a mão fechada e deitada, na altura da garganta do guarda, ainda em sua velocidade máxima. Tal ponto renderia uma dor insuportável e uma falta de ar terrível no guarda, caso o golpe lhe acertasse em cheio, o que permitiria a Marco acertar outros golpes, afim de matar o guarda enquanto ele estivesse atordoado.

Talento para o drama...

O plano havia dado certo, o guarda já não era um problema, mas, assim como Marco já havia previsto, um marinheiro que estava nas redondezas passou a avançar em direção a loja. Além desse problema, um imprevisto ocorreu: os transeuntes que até então passavam tranquilamente pelo local, passaram a demonstrar certa revolta em relação ao ataque que o guarda havia sofrido. Marco pela primeira vez no dia havia perdido seu ar de tranquilidade, deixando transparecer um pouco de insegurança. Todavia, sua reação a isso não poderia ser mais rápida, em instantes, lagrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, e um semblante desesperado tomou conta de si. E sem tutiar-se o som da sua voz passou a preencher as ruas do centro, em um discurso desesperado:
- Esse homem é um estuprador - Dizia Marco apontando pro guarda que jazia ali caído - Ele violou minha filha, e não contente a matou. Quando acharam o corpo, ela estava desfigu... - Um das mãos de Marco ia a sua boca, como se ele estivesse desesperado demais para falar, por instantes permanecia assim, e logo retomava o discurso - desfigurada. Mesmo a marinha sabendo do culpado, negasse a prende-lo, pois aquele homem - Marco mudava a direção de seu dedo, que antes apontava para o guarda, para o homem que carregava o dinheiro da loja - pagava subornos ao governo, o que tornava seu capanga intocável.
Marco sabia que era impossível para ele enfrentar toda aquela multidão, e como já dizia o ditado, se não pode com ele, junte-se a ele. Caso o drama de Marco tivesse surtido efeito, todo aquele povo ficaria do seu lado, e nem mesmo o marinheiro que avançava contra ele poderia prende-lo. Agora apenas restava esperar que a burrice do povo fosse o suficiente.

Status

HP: 50/50
Determinação: 10/10
Stamina: 40/40