Aventura - Aprendendo com a Experiência. Alice M.K.

  Mais uma manhã soalheira despertava a gatinha da sua cama confortável e fofa. Como habitual o barco onde se encontrava não estava muito movimentado e tudo estava tão limpo e bonitinho que nem parecia uma embarcação pirata, mas antes a embarcação de um nobre ou de alguém da realeza.

Shells Town era uma pequena ilha do centro do East Blue, como tal, raramente o sol desaparecia de vista. A prática comercial da ilha é a pesca, como na maioria das ilhas, logo, seria normal o cheirinho à pescado no ar, ou o cheiro agridoce da maresia. Sim, Shells Town é uma ilha onde qualquer um deseja ir de férias e nunca mais voltar, não por causa de suas praias, não por causa da sua cultura, mas apenas, pelo aroma agradável que vive no ar.

As ruas da cidade estão quase sempre cheias de gente. Uns a irem outros à virem. Gente ocupada e gente desocupada. Essa era a situação da personagem de meio metro de altura, uma gatinha de pelugem branca que vagava pelas ruas sem ser estranhada pelas pessoas.

Em um dia agitado como este é normal muita coisa acontecer, desde coisas boas à coisas más. Por exemplo, com tanto movimento da rua e com tão pouco espaço entre as pessoas é normal haver carteiristas, o que na realidade havia. Mesmo à frente da garotinha um salteador de carteiras aproveitava dos encontrões que dava nas pessoas para num movimento rápido das mãos sacar suas carteiras dos bolsos traseiro das calças ou dos bolsos laterais. O carteirista, um homem preto como o carvão e de barba albina estilo cavanhaque, um gorro castanho escondendo a cabeça lisa e oval e uma roupa normal de mendigo. Claro que além do salteador de carteiras, também havia outras coisas interessantes e que poderiam levar a nossa pequena gatinha à uma grande aventura, como por exemplo o marinheiro ao fundo da esquina, alto e loiro, de tronco bem desenvolvido que parecia molestar uma jovem donzela, toda ela bem atraente e desenvolvida, uma musa escaldante de cabelos negros e olhos azuis.  Todavia, como Shells Town é uma cidade bastante populosa, apesar do seu minúsculo tamanho, caso a nossa heroína, a gatinha Alice, fosse do tipo  de pirata que preferia fazer maldades do que evitá-las, havia muitos órfãs a quem ela podia molestar e muitas barracas que podia roubar.

Como dito antes, a menina Alice tinha em suas mãos o seu destino, algo que não era muito normal, o que faria ela? Iria ajudar a donzela, parar o carteirista, molestar os órfãs ou assaltar umas lojinhas?  

 Os barcos no porto balanceavam, num ligeiro vai e vem produzido pelas ondas do mar que chocavam com suavidade, acariciando a madeira e a pedra, contra o porto. O sol ainda permanecia estático, não movera-se um centímetro desde alguns momentos atrás.  As pessoas, ainda apressadas com o seu dia-a-dia, eram assaltadas sempre que um negrilho esbarrava-se nelas.

 Alice, uma gatinha muito fofinha e pirata novata, era uma jovem que parecia apreciar bastante o senso da justiça, suas acções revelavam-no. Podia pensar o que quer que fosse sobre os humanos, mas a verdade era que, mesmo não querendo, começava a habituar-se à eles e a prova viva disso era o facto de ter seres humanos na sua tripulação. Outra prova da sua preocupação pela raça humana era o facto de sentir-se incomodada por ver um marinheiro machista e playboy molestar uma jovem donzela.

  A felina, tirando partido do seu tamanho, procurou aproximar-se do marinheiro, pelas costas, sem ser notada. Encantado pelos seios ovais e enormes da jovem o marinheiro só se apercebeu de uma presença atrás de si quando sentiu algo a cravar-lhe a carne do traseiro. Nesse instante, em que teve a carne perfurada, saltou elevando as pernas acima da barriga e com ambas as mãos a segurar no rabiosque e gritou como uma menina, com sua voz estridente e rouca, durante uns trinta segundos; Depois, caiu de barriga no chão com o rabo para o ar.

  A jovem e sensual donzela agradecia com um aceno à pequena gatinha e virava-lhe as costas logo a seguir, correndo pela rua afora, não fosse ela meter-se em sarilhos. Não sei se foi devido ao grito ou se por causa do agressor ser uma gatinha, mas o som oco dos passos das pessoas e o murmurinho das suas conversas deixou-se de se ouvir. Estavam todos com os olhos colados àquela cena. à pequena gatinha e ao marinheiro musculado deitado no chão como uma criança.

   Vendo que a sua figura de justiceiro e de zelador da justiça estava sendo posta em risco o homem levantou-se num único impulso e fingiu que nada tinha acontecido e que o traseiro não lhe doía.  Olhou pasmado para todos os lados, mas.. mas não vira ninguém, ninguém além da gata.

 Marinheiro: - Tzck! O maldito atacou-me e fugiu! Se tivesse ficado aqui ele ia ver o que lhe acontecia!

 Disse o marinheiro num tom de voz ridicularmente fino e feminino que em nada se encaixava naquele corpo másculo e viril. Todavia, o marinheiro mostrava-se mais burro que uma porta. Era um daqueles homens que só pensava com a cabeça de baixo* e só servia para lutar ou fazer trabalhos pesados, a vergonha da humanidade.  Sequer pensara que a pessoa da agressão estivesse ali, à sua frente, uns quatro metros de si...  

A enorme plateia, atrás dos dois personagens principais, soltava risinhos tímidos ou amedrontados, não que fizesse alguma diferença no tipo de riso que davam, o que realmente importa é que se riam todos pelo mesmo motivo, do marinheiro.  Mais precisamente, riam-se do marinheiro, um homem tão masculino e malhado, os músculos dos seus músculos deviam ter músculos, que era enfrentado por uma gatinha, tão pequena, tão frágil...

Era tão alto que para poder olhar nos olhos da sua adversário deve que se colocar quase em joelhos. Não podia acreditar que tivesse sido aquele ser ridículo que o atacara, nem tinha músculos, apenas pêlo e, bem, mais pêlo.  Normalmente, se estivesse sozinho com a piolha, deixaria aquela afronta passar, mas estava rodeado de espectadores, não podia de jeito nenhum manchar a imagem que tanto lhe custou à conseguir. Ele já podia imaginar-se sendo o alvo de chacota lá no quartel da marinha se soubessem que deixou um bichano magoar-lhe. Não, isso não podia ocorrer. A ideia de ser gozado pelos seus companheiros era tão desagradável que o homem parecia um tomate. O sangue subia-lhe à cabeça e as veias do seu pescoço e da sua testa estavam muito bem visíveis, parecia que tinha minhocas debaixo da pele.


Impulsionando a perna contra o chão o marinheiro voou uns três metros na direcção da gatinha, depois, aterrando como se fosse mergulhar no asfalto, abriu os braços na tentativa de a agarrar e esmagá-la com a força dos seus braços bem musculados, resultado de várias horas de treinamento e vários químicos ingeridos, dando à gatinha uma morte violenta.

 Não podemos deixar de referir o como são incríveis as pessoas de Shells Town. Segundos antes soltavam risadinhas tímidas, mas ao aperceberem-se de que um duelo entre a gatinha e o marinheiro iria começar, deixaram de prosseguir com as suas vidas e deixaram-se estar à assistir o desenlace do combate. Havia mesmo quem se sentasse a comer pipocas ou cachorro quente em plena rua. Durante o tempo da luta, fosse ela durar sabe-se-lá quantos minutos, o comércio iria aumentar em pico. Vários comerciantes foram mais rápidos que a velocidade da luz e aprontaram-se à vender alimentos e bebidas, havia até um negro de gorro escuro que começou a organizar apostas, pelo menos já não assaltava as pessoas.

  Por muito que se pareça estranho ou extraordinário, a gatinha fofinha parecia estar à ganhar nas apostas, mas iria ela ganhar também no "ringue"?

Obs:

Marinheiro Status:
Hp: 45/50
Dt: 50/50
St: 100/100
Vel: 27 m/s

- Desculpa a demora... Muitas tarefas para uma pessoa só em casa xD my brother sucks!
 - ??? Eu, um poeta? Ahahaha! Serei eu Camões? xD Obrigado, mas acho que você está muito enganada, os meus postes são muito ruins u.u Mas foi por isso que quis ser narrador, para aprender a narrar melhor xD Mas por acaso você narra muito bem! xD Eu gosto da sua narração na primeira pessoa, algo que nunca conseguiria fazer u.u

Detesto dizê-lo, mas... Eu bem sabia que aquela cena ridícula e típica iria acontecer, toda a plateia adivinhava-la. O marinheiro, muito bronzeado pelas típicas máquinas de bronze, mergulhou de forma divinal e desesperada na direcção da gatinha. Esta, por sua vez, num movimento que tinha tanto de leve como de gracioso, saltou do local no timing certo, desviando do ataque inútil e nada inteligente do monte de músculos.  O Marinheiro, como seria de se esperar, cruzou os braços em "x" e aterrou em cheio com o queixo rectangular no asfalto o raspando e deixando uma marca esfolada de vermelho.

 As pessoas divertiam-se imensamente, no momento em que a gatinha saltara e escapava das garras do culturista, houve quem gritasse "OLÉ!" deixando risos e gargalhadas animadas em suspenso no ar.  Alice sequer tinha feito alguma coisa e as pessoas já começavam a ganhar carinho por ela, achavam-na uma bênção. Diziam adeus aos seus dias cinzentos com as mesmas rotinas e as mesmas tarefas e com os mesmo objectivos. De uma vez por todas, podiam descansar e relaxar sem serem responsabilizados depois.

 
 O coitado erguia-se com alguma dificuldade em manter-se em pé, estava muitíssimo irado, seus olhos reflectiam puro ódio pela little cat, mas isso de nada lhe valia, podia ter o desejo ardente de se vingar da gata, mas faltava-lhe força. Ele sabia-o, apesar de ser só um monte de carne musculada e viril, o seu instinto dizia-lhe que ele era o mais fraco. Talvez fora por isso que enlouquecera e avançara com tudo para cima da gata albina.

 Na sua velocidade de uns míseros 27 metros por segundo o marinheiro correu com tudo, o seu plano, se por assim podia dizer-lo, era aproximar-se o suficiente, erguer o joelho e consecutivamente, desprover um chute ascendente no tronco da little Cat.




 Gritou com todo o fôlego que tinha nos pulmões no momento do ataque. Acertasse ou não, o homem cairia para trás após o chute, estava desequilibrado, sequer tinha experiência em combate o coitado!




 Não muito longe do campo de batalha onde Alice e um Marinheiro Varonil lutavam, mais ou menos numa distância de dois quarteirões, uma figura sinistra caminhava lentamente pelos becos, escondendo à face nas sombras que os muros proporcionavam, seguido de uma ninhada de vinte marinheiros de patente rasa.

 


A figura parou de mover-se ao ouvir aquelas palavras. Lentamente virou-se de costas, ficando frente à frente com o marinheiro que lhe dirigia a palavra. Estavam à três metros de distância, porém, a distância parecia não importar. Num truque de magia supérfluo o vulto passou pelo marinheiro... Este, desmaiava caído no chão, todo espancado, com a face cheia de negras e sangue por todo o corpo.  O grupo restante de marinheiro afastou-se uns milímetros do homem com grande receio de serem os próximos.




Berrou o suserano aos seus subordinados deixando mesmo alguns perdigotos voarem e chocarem na cara de alguns homens amedrontados. Aquela voz era rouca e fortíssima, metia respeito e medo em qualquer um.

 Alice podia estar com muito a vontade com aquele marinheiro musculoso, as pessoas podiam estar a sorrir e a curtir a vida às custas da desgraça daquela pobre criatura, mas algo me diz que o cenário mudará em alguns post's....



Marinheiro Status:
Hp: 40/50
Dt: 50/50
St: 100/100
Vel: 27 m/s


Obs:

Algo muito sério e importante acontecia na cabeça da pequena Alice, algo que até mesmo deixou este humilde narrador  boquiaberto... A gatinha tinha tido um pai e uma mãe.. Como terá sido a vida daquela gatinha? Esse é um mistério que um dia ei de revelar, mas bem, seguimos para a história!

O marinheiro estava acabado, caído no chão sem ajuda ou forma de se safar bem naquela luta. Os seus músculos de nada serviam, tinha a visão turfa devido à perda de sangue e as lágrimas que lhe começavam a correr-lhe dos olhos. A visão que tinha do céu azul não era a melhor, era um grande contraste com o que sentia naquele momento.  Apesar de estar a viver um inferno, sendo a vítima de uma telenovela, a plateia começava a enlouquecer. Riam-se da estupidez do homem e insultavam-no chamando-o de "Maricas!" e "Bichona!". Não demorou muito para o povo em redor unirem forças e uivarem e lançarem lixo para cima do marinheiro e aquilo que primeiro era uma simples diversão, um espectáculo de pancadaria, tornou-se numa revolução contra o poder absoluta naquela ilha, A Marinha.  

A gatinha podia ter dito que deixaria o homem viver se fosse embora, mas a decisão sobre a sua vida já não lhe pertencia mais, a população estava enfurecida. "FORA COM A MARINHA!" Gritavam eles. Em poucos segundos o marinheiro foi envolto num aglomerado de gente que o espancou até a morte. Há quem diga que o povo não tem poder, mas discordo plenamente, quando unidas, as pessoas são capazes de tudo, seja para o bem como para o mal.

A Little Cat estava a salvo por enquanto, a população venerava-a, era ela a heroína daquela gente. Por amor de Deus, aquele povo era assim tão mau governado? Passavam assim tanta fome e viviam na pobreza? Claro que não, desta vez, por muito inacreditável que seja, a marinha não tinha culpa de alguns ter uma vida luxuosa ou não, os verdadeiros culpados eram os lordes que habitavam naquela ilha.


 As coisas iam aquecer e muito. A multidão enfurecida parecia estar a controlar a situação e assim o foi por alguns minutos. Uns vastos quatro minutos foi o tempo necessário para a baixa ficar descontrolada e cheia de lojas partidas e fogo espalhado em algumas esquinas.  No ar, o cheiro a revolução dominava.

Vindos sabe-se lá donde, uma enorme fileira de soldados marchavam como uma verdadeira tropa de elite (Não, não confundir com aquela polícia brasileira xD ). À sua frente, o seu líder caminhava emanando uma aura poderosa que só de tocá-la ou senti-la alguns ficavam tontos. Trazia, além um um pequeno pano envolto à cintura e cobrindo as vergonhas, um daqueles casacos da marinha, brancos e azuis com a palavra "JUSTIÇA" escrita na dorsal.


Ao lado da cara do cadáver musculado, um pé que mais parecia uma mão peluda repousou. A voz grave de barítono, apesar de ter sussurrado tais palavras de desprezo pelo jazente, causou uma incrível reacção de espanto em cadeia. Do nada todos eram gagos, albinos e sofriam de doenças nervosas. Estavam cagados de medo, os grandes revolucionários, esse malvados. Atrás da figura sinistra, um enorme pelotão de 23 homens, todos armados e prontos para matar.

 No meio do público ouviu-se alguém gaguejar "S-Sar-Sargento M... Mello?!" A voz parecia bem fraca e incrédula, como se não esperassem que a força máxima da marinha viesse em socorro a um companheiro.  Ah! Para aqueles que pensam que a figura sinistra era uma pessoa, bem, desculpa mas não é.  Mello, ou Mello - Chan, como é chamado no quartel, é um vulto de dois metros com bastante pelugem ruiva por todo o corpo, uma cabeleira que quase lhe chega ao rabo. Presas de um animal selvagem, um tronco muito bem desenvolvido e uma cauda de um metro e meio. Um verdadeiro Babuíno-de-Pêlo-Ruivo, diferença era que falava e raciocinava como um humano.  



O homem... Digo, o macaco era bastante expressivo na sua dicção. Assim que mirou a gatinha, voou na sua direcção e preparou-se para disputar-lhe um soco descendente, mesmo na cabecinha da gata, como se ela fosse um prego e a sua ENORME pata de macaco um martelo. Sorte da gata, tivesse ela desviado ou não, era que aquele movimento todo não passou de um bluff. O Babuíno não tinha a intenção de acertar a gata, apenas queria testar as suas habilidades ou a sua velocidade, por isso, antes mesmo de atingi-la parou a mão, a uns 20 centímetros das orelhas pontiagudos da felina.

 Enquanto a acção acontecia, os soldados da marinha ia separando a multidão, ordenando cada um que voltasse a sua casa ou acabaria por levar um balázio na cabeça, o que ninguém queria. Num minuto as pessoas saíram das ruas, deixando, pela primeira vez, a cidade quase deserta. Assim que a multidão foi-se embora, os 23 soldados fizeram um círculo à volta da Little Cat e do tal Mello. Um perímetro da circunferência era de 76 metros. Tinham bastante espaço para lutar. Uma luta de vida ou morte. Caso vencesse a luta, a gatinha levaria vários tiros como prémio, caso perdesse, sua vida chegaria ao fim. O que faria a gatinha agora?

Alice demonstrava-se ser uma gatinha muito inteligente, mesmo tendo vinte e três armas apontadas para a sua cabeça conseguia planear um plano e pó-lo à prova. Como dissera antes, o babuíno fizera um bluff, fingindo atacar a garota. Não tenho a certeza o que lhe ia na cabeça para desperdiçar aquela oportunidade de a eliminar de uma vez, os problemas estariam por esta altura já resolvidos. Talvez quisesse ver do que era capaz a gata ou qual seria a sua reacção ou, talvez apenas queria mostrar para todos quem era o mais forte ali.

Inteligente, a gata ficou espantada num primeiro momento, mas fora rápida em reagir e em trocar de posição com o macaco. A presa era agora o predador. Ou pensava ela que assim o era.
É verdade que normalmente nenhum esquadrão atacaria o próprio general, contudo, aquele não era qualquer esquadrão. Era o Esquadrão número 78# da Marinha. A sua fama era bastante grande, eram considerados o esquadrão mais desprezável, pois, numa situação de risco, tal como aquela, os soldados estavam autorizados a cometerem decisões extremas.

Apesar de ter algumas garras bem afiadas a fincar-lhe a pele do pescoço, Mello sequer parecia impressionado, ou com medo. A sua expressão era de desilusão. Pelo contrário, os soldados armados pareciam tensos, mas sérios, prontos para apertarem no gatilho a qualquer momentos, esperando uma pequena excitação da gata e BUM!

Mello: - HUHUHUHAHAHAHAHAHA! Tem muita piada! Acha que pode matar-me?! HuhuHahahaha!

Riu-se o macaco numa gargalhada malévola que mais parecia um daqueles gritos dos macacos.
Porém ele tinha razão. A Little Cat, agora não tão mais Little, não se tinha apercebido, mas a cauda de um metro do macaco prendia-lhe a perna esquerda, e prendia-lhe de tal maneira que parecia querer-lhe quebrar o calcanhar. Mello não iria atacar a jovem com a cauda, apesar de o poder fazer. Queria demonstrar o quão destemidos são os Marinheiros. Iria apenas continuar a segurar-lhe na perna, impossibilitando uma fuga do local. Piscou o olho esquerdo à um dos soldados à sua frente e como um cannon, os tiros foram-se ouvindo. Primeiro o soldados à frente do macaco e depois todos os outros dispararam. Como Alice e Mello estavam dentro do círculo, rodeados pelos marinheiros, não tinha como escapar sem ser acertados por um ou dois tiros. Por sorte, ou não, o Sargento Tarzan fora atingido no abdomen e alguns projéctis passaram de raspão nos seus ombros, braços e coxas. Tinha a pelugem queimada e com cheiro de porco assado. Mas estava Ok, era como se não sentisse dor.

Mal o primeiro ataque fora feito, já os marinheiros se preparavam para um segundo, aguardando apenas a ordem do seu líder.

O enredo estava demasiado brutal e fora do controle, a situação tinha saído de controle, nem o babuíno nem a gata esperavam tanto um do outro. Com o seu sinal, os projetis voaram em direcção de ambos, os atingindo em várias partes do corpo. Era como se perfurassem não só a carne, não só os ossos, mas também a alma.  A imagem que se seguiu foi de uma brutalidade tão grande que eu mesmo não a consigo descrever totalmente.  O sangue jorrou assim que a garra afiada perfurou a carne do babuíno e arrancou-lhe a língua para fora.  O sangue escorria pelo asfalto e jorrava como uma fonte de água por todos os lados.

Os marinheiros que pareciam preparados para disparar a qualquer momento detiveram-se. Não podiam acreditar na ilusão que estava a sua frente. O seu sargento... O amado Sargento Mello... Acabara de perecer às garras de um gato sem valor, sem recompensa por seu nome, seu nenhum prestígio... Fora morto por um desconhecido.

 "MELLOOO-SAMA!!!" Gritavam os soldados em meio de um choro histérico e ranhoso onde a baba, as lágrimas e o ranho se misturavam na face. Os corpos aterram no chão. O do macaco por cima do da jovem gatinha transformada. As armas voaram no ar e os soldados correram em direcção aos corpos, já não se importavam com a vida do adversário, mas da possível possibilidade de salvar a do capitão, mesmo esta já não existindo.

 O corpo do babuíno foi levado pelos soldadinhos de chumbo enquanto que a da pirata fora deixado ali para apodrecer, sozinho e esquecido por todos.  Não estava mais ninguém na rua. As janelas e as portas estavam cerradas. Sequer se ouvia um zumbido de uma mosca. Apenas ouvia-se a respiração abafada da gatinha...  Seria aquele o seu fim?! Onde estavam os seus companheiros? Não iriam eles aparecer do nada e salvar-lhe a vida, como se era esperado nestas situações? Não, isso não iria acontecer. Alice iria morrer, é triste, mas é a verdade. É a verdade?

Na realidade, a sua vida, o seu fado, esse estava na sua mão. Se realmente não quisesse morrer, Alice teria que apelar a sua grande e resistente força de vontade e regressar, sozinha, para o seu navio tendo que atravessar a praça inteira assim como o porto.  Iria Alice sobreviver? Provavelmente sim, apesar das feridas, ainda lhe restava muito energia.

Pouco tempo depois de chegar á Shell's Town, logo começo a explorar a magnífica e grandiosa cidade, tendo esta uma grande beleza e sendo aparentemente um bom lugar para se iniciar uma aventura e adquirir cada vez mais conhecimento, porém sempre tomando as precauções necessárias para não acabar me metendo em uma situação de risco.
Então nesta "exploração" acabo por me deparar com algo um tanto quanto incomum, havia uma espécie de gato gigante de pelagem branca caído sobre o chão no meio da cidade, as ruas estavam desertas e as casas fechadas, ao me aproximar um pouco mais percebo que tal felino estava ferido, perfurações mediamente profundas que provavelmente foram causadas por balas de alguma arma de fogo.
Percebendo isto, imediatamente me aproximo do animal e ajoelho-me alguns centímetros ao seu lado, tocando-o suavemente com as mãos e tentando verificar se ele ainda estava vivo, e se esse fosse o caso eu tentaria ajudá-lo da forma que me fosse possível, enquanto preocupadamente proferia:
- Está tudo bem, eu irei lhe ajudar não se preocupe.