Aventura e.e

Frustrado, o jovem marinheiro esperava que a sorte batesse a sua porta. Mas a verdade é que, não era uma tarefa muito difícil encontrar uma farmácia em Loguetown. Era uma cidade relativamente grande, e proporcionava todos os recursos que uma cidade de tal porte deveria ter, o que incluía não só uma, como várias farmácias espalhadas pela cidade. Ainda que fosse assim, o local era cheio de piratas novatos com sonhos de partir para a Grand Line. Uma brisa leve soprava sobre a cidade, e várias pessoas tornavam as ruas bastante movimentadas.

Ficar parado não era a melhor escolha, a farmácia não iria cair na frente de Kelvin, para que ele pudesse comprar os remédios. E, no entanto, parece que a sorte realmente estava prestes a bater em sua porta. Ouviu alguns passos se aproximando, e, ao olhar para o lado, uma mulher com pouco mais do que a idade dele aproximou-se, com um sorriso no rosto. Aproximadamente, ela havia saído da lanchonete que ficava do outro lado da rua.

-Senhor marinheiro, nós de Loguetown somos gratos por estarem sempre patrulhando e nos ajudando. Gostaria de entrar para comer algo? Fica por conta da casa.

Comer poderia não ajudá-lo a realizar sua missão, no entanto, não só daria a ele a oportunidade de descansar e se descontrair um pouco, como também, poderia aproveitar-se da gentileza da moça para pedir por direções. Ela parecia conhecer bem a cidade em que vivia, e estava disposta a ajudar Kelvin, principalmente se fosse com algo tão básico como indicar a farmácia mais próxima.

Logo que Kelvin entrou no restaurante, fora servido com um suco de manga e um salgado recheado com queijo. A mulher logo se surpreendeu quando o mesmo tratou de colocar a arma em cima da mesa. Se sentiu um pouco ameaçada pelo fato de o marinheiro evidenciar suas armas desta forma, mas logo percebeu que não havia sido feito com esse propósito. A pergunta que ele fez a tirou de seus devaneios. Ela pensou um pouco para que pudesse dar uma resposta mais precisa, mas não demorou muito para repassar a informação.

-Não sei a distância exata, mas siga por esta rua e vire a esquerda daqui duas quadras. Depois siga por mais algumas quadras e não irá demorar a achar a farmácia. Não é longe e tenho certeza de que vai conseguir encontrar. Se quiser mais alguma coisa pra comer, é só me chamar.

A moça deu um sorriso de leve para Kelvin e voltou ao balcão para atender outros clientes. Aparentemente, estaria disposta a ajudá-lo com mais informações se ele precisasse, mas no momento, ele já sabia o que queria e poderia ir até referida farmácia e finalmente, conseguir os remédios para completar sua missão com sucesso. Assim, poderia reportar-se a seu superior e acalmar os animos daqueles que sentiram falta de sua presença, já que a empreitada levou mais tempo do que deveria.

A moça fez um movimento positivo com a cabeça, pegou uma sacola e colocou mais alguns salgados como aquele dentro dela. Em outra, colocou uma garrafa com suco de laranja para que o mesmo pudesse levar e entregou a ele com um sorriso no rosto. Ela havia ajudado bastante, mas era hora de seguir em frente. Agora que tinha a informação, poderia finalmente realizar sua missão, e ir até a farmácia. Não era uma tarefa difícil, aparentemente.

Assim que recebeu as sacolas, Kelvin partiu, seguindo as instruções. Realmente, não era uma distância muito grande, e pouco incômoda, já que que o rapaz era um marinheiro, bem treinado para aguentar situações mais extremas. A jornada até a farmácia se deu de forma tranquila e logo encontrou o referido estabelecimento. Quando chegava à porta do mesmo, quatro sujeitos saíram do interior, empurrando o rapaz para trás, tão repentinamente que ele não teve tempo de reagir, e empreenderam fuga pela rua, correndo pelas ruas de Loguetown. Os indivíduos levavam consigo várias sacolas cheias, e um grito pode ser ouvido, vindo do interior da farmácia.

-Por favor, alguém pare esses ladrões!

Aparentemente, a farmácia acaba de ser assaltada. E no papel de marinheiro, era dever de Kelvin ajudar quem quer que precisasse. Precisava ir atrás dos ladrões antes que sumissem de sua vista. Não podia deixar que o despistassem. Já que havia demorado bastante para realizar uma missão bem simples, impedir esse assalto e melhorar a imagem da marinha podia ser uma boa maneira de se redimir perante o QG, e acabar passando uma boa impressão para seu capitão.

Kelvin havia sido derrubado quando os ladrões saíram da loja, por isso, o tempo que levou para se levantar, os piratas já haviam colocado alguns metros de distância em relação a ele. Sequer ouviram o mesmo dar a voz de prisão. E quando o marinheiro finalmente sacou de sua arma, estavam ainda mais longe, e o disparo efetuado não atingiu seu adversário, que estava distante e em movimento, dificultando em muito a mira do rapaz. Por sorte, também não atingiu nenhum civil, mas o movimento havia sido precipitado e um tanto quanto irracional, que poderia ter acabado mal, com inocentes sendo feridos. Após a agitação e o disparo, vários cidadãos de Loguetown correram para buscar abrigo, deixando o local bem mais movimentado e tumultuado do que antes, por sorte, não havia tanta gente para que isso impedisse que o marinheiro fosse atrás dos bandidos.

Ainda que estivessem distantes, os ladrões não haviam sumido de vista, ele teria de caçá-los pela cidade para não falhar na captura dos mesmos, ou toda a sua chance de se redimir perante a marinha. As pessoas que ainda estavam pelas ruas pareciam abrir caminho para que os ladrões passassem. Não porquê não queriam ajudar, mas porquê não podiam e temiam o que podia lhes acontecer caso tentassem intervir. Kelvin era o único marinheiro por perto, e até que a instituição fosse avisada do crime, os ladrões já estariam longe. Ele tinha a opção de ir atrás deles ou de ir buscar reforços, mas correria o risco de perdê-los caso não agisse rápido. Além disso, não demoraria para que os fatos chegassem ao conhecimento do QG da marinha, com certeza alguém já estaria indo chamá-los.